sexta-feira, 10 de junho de 2011

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Brasileira convoca protesto contra Israel

Iara Lee integra Flotilha da Liberdade, que tenta romper cerco naval à faixa de Gaza; em 2010, diretora foi deportada em ação
Está prevista para daqui a 15 dias a partida de mais de dez barcos; meta é reunir ativistas de mais de cem países
MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM
Um ano após tentar romper o cerco naval à faixa de Gaza e ser deportada de Israel com centenas de outros ativistas, a cineasta brasileira Iara Lee vai repetir a dose.
Mais de dez barcos devem participar da Flotilha da Liberdade, que partirá daqui a duas semanas em direção a Gaza. Lee tenta atrair outros brasileiros para participar.
"É um movimento de solidariedade global, e a meta é que cem países estejam representados", disse ela à Folha, por telefone. "Há 20 vagas reservadas para a América Latina, e eu gostaria que tivéssemos mais brasileiros".
O novo comboio marca o aniversário dos incidentes de 31 de maio de 2010, quando soldados israelenses mataram nove ativistas ao interceptar uma flotilha com ajuda humanitária que tentava furar o bloqueio a Gaza.
A sangrenta operação militar, que gerou uma onda de condenação a Israel e chamou a atenção mundial para o cerco a Gaza, até hoje é motivo de controvérsia.
Israel afirma que seus soldados reagiram ao serem atacados, o que é negado pelos ativistas. Há dois dias, um jornal israelense publicou fotos de homens portando armas de fogo no Mavi Marmara, o navio onde ocorreram os confrontos. Iara, que estava no navio, nega.
"É mentira. O que eles acharam, facas de cozinha? Como alguém pode acreditar que estávamos armados?"
Assim como no ano passado, a nova operação será capitaneada pelo IHH, organização humanitária turca com fortes vínculos com o grupo islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza.
Para evitar problemas, diz Iara, os participantes assinarão um pacto de não violência. O alerta de Israel de que não permitirá a passagem da frota e os apelos da ONU e da Turquia para que os organizadores repensem a ação não intimidaram os ativistas.
Israel vê a nova flotilha como pura provocação, já que a ajuda humanitária poderia ser entregue por sua fronteira ou pela passagem de Rafah, entre Gaza e o Egito, reaberta recentemente.
Iara Lee admite que o principal objetivo não é levar suprimentos, mas chamar a atenção para o bloqueio.

Fonte: Folha de São Paulo 09/06/2011